sexta-feira, 17 de maio de 2013

Eleitos, mas livres - Resenha




O livro, “Eleitos, mas livres” foi escrito por Norman Geisler, ele é doutor em teologia, PhD em filosofia e é reconhecido como um dos maiores apologistas da fé cristã nos dias atuais, Geisler é autor e coautor de vários livros, alguns deles lançados no Brasil pelas Editoras Vida e Vida Nova.
Nessa obra, o autor procura apresentar uma perspectiva equilibrada entre eleição divina e o livre arbítrio. Indagações como; Deus escolheu uns para para a salvação e outros para a condenação eterna? O homem tem a liberdade de aceitar ou recusar a graça divina? Há muito são debatidos, entre calvinistas e arminianos. È um debate acirrado em torno da salvação do homem, e que vem atravessando séculos de discussão. Geisler neste livro procura demonstrar preocupação quanto a ter visões extremadas sobre os aspectos da salvação.
O livro tem aspectos obscuros, claros, convincentes e não convincentes, na verdade, a tarefa a que se propõe Geisler, é de equilibrar posições, calvinistas e arminianas, não é nada fácil. Podemos vislumbrar que leitores no final do livro, estarão alguns satisfeitos, e outros insatisfeitos. As questões levantadas são motivos de longos debates há anos por arminianos, calvinistas e hiper-calvinistas. E por isso o livro deve ser considerado, pois se propõe a promover paz e harmonia entre ambas às visões.
Como entender a sabedoria de Deus na escolha de salvar ou condenar a espécie humana, sem que ele possa interferir na decisão. Enquanto outros acreditam que o homem é quem decide aceitar ou rejeitar a oferta da graça divina. Além da crença de que a liberdade humana e a soberania divina são mutuamente excludentes. Geisler procura equilibrar e desfazer equívocos, segundo ele, querendo demover alguns de seu extremismo.
A soberania de Deus é inegável. Mas de que forma ela está enraizada? Geisler diz que ela está enraizada profundamente em seus atributos. Desta forma ele inicia falando sobre o comando, e o comando é de Deus, que existe antes, está além, sustenta, conhece e pode todas as coisas. Isso parece ser um problema, para muitos, ou seja, se Deus é soberano, estando no controle de tudo, como os seres humanos podem ser culpados, responsabilizados, por suas ações? Pois parece que a soberania elimina minha reponsabilidade.
Para o autor “uma das mais poderosas indicações de que a Bíblia não vê contradição alguma entre a prederteminação divina e a livre-escolha dos homens é encontrada em Atos 2.23”. O texto narra que Jesus haveria de morrer, e esse acontecimento já estava pré-determinado, e embora assim estivesse, Jesus entregou-se à morte livremente, e faz uma comparação entre ação de Jesus e nossas ações, afirmando: “Se isso pode ser verdadeiro para as escolhas livres de Jesus, não há nenhuma contradição em asseverar que nossas ações tanto determinadas quanto livres”, e conclui “No que diz respeito à Bíblia, não há nenhuma contradição, entre a predestinação e a livre-escolha dos homens”. São conhecidas como verdades gêmeas.
Depois de passar por essas conclusões ele vai observar “três perspectivas de soberania e reponsabilidade” que são: Calvinismo extremado, Calvinismo e Arminianismo. Descrevendo a ideia de cada um e os seus problemas.
Geisler resume a predestinação de Deus e a livre-escolha do ser humano como um mistério, mas não contradições.
Geisler parece tentar equilibrar as visões levando para o incompreensível da mente humana, defende que a soberania e o livre-arbítrio, não são contraditórios. Deus predetermina conscientemente e conhece pré-determinadamente tudo, desde a eternidade, de forma exata o que haveríamos de fazer com nossos atos livres. Mas isso não significa que sejamos forçados a fazer atos livres, e conclui: O que é forçado não é livre, e o que é livre não é forçado, em resumo somos eleitos, mas livres.
A partir daí desenvolverá o calvinismo e arminianismo extremados, os quais devem ser evitados, logo após, faz um apelo à moderação, por fim, mostrará que diferença isso fará.
O livro apesar de escrito por um grande e profundo conhecedor das Escrituras, ainda deixa lacunas a serem preenchidas sobre o debate. Contudo é uma obra que merece ser apreciada, e acredito, pode acrescentar muito ao debate. É só conferir.

 Por Eudmarly Sena

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