Introdução
By Eudmarly Sena
Costuma-se pensar que a
Reforma Protestante teve unicamente caráter religioso, mas um olhar,
ainda que panorâmico, nas entrelinhas que a proporcionaram, ou
contribuíram, incluem vários fatores além do religioso. Neste
breve tratado, daremos uma ênfase ao caráter religioso, mas
guardadas as devidas precauções quanto a não sermos obscuros a
respeito dos outros fatores.
A Reforma Protestante foi uma
resposta a clamores por um retorno aos padrões bíblicos, ela gerou
um ruptura na já então corrompida Igreja Católica Romana, dando
origem aos protestantes. Vamos observar as causas da Reforma
Protestante e verificar seus princípios, dos quais alguns ainda hoje
permanecem, porém outros, esquecidos pela igreja moderna.
Devemos olhar com cuidado para
as pressuposições e perspectivas em relação às causas da Reforma
Protestante a fim de entendermos o seu grande impacto no fluxo da
História. Da mesma forma que não pretendendo obscurecer os aspectos
sociais e políticos, também não pretendo ignorar as ideias da
Reforma, o que poderá levar a perda de sua essência. As ideias da
Reforma que afetaram sua época, bem como a nossa, são ideias
ligadas às suas causas com pretensão de trazer de volta a dignidade
humana, tanto em liberdade individual quanto em liberdade nacional,
também política e religiosa.
De forma breve veremos causas
e fatores que contribuíram para que a religião tivesse mais um
rosto em sua história, e com isso o mundo ocidental tivesse um
impacto nunca antes pensado.
Em tão pouco espaço, não
serei pretencioso
ao ponto de dar a entender que as informações, aqui contidas, serão
o suficientes para ter domínio sobre as causas da Reforma
Protestante, isso jamais. Mas desejo lançar luz sobre o assunto com
um olhar para hoje de forma objetiva e, desta forma, fazer um convite
à reflexão a respeito de nossos dias.
Breve
Contexto Religioso
Na época, não havia exata
separação entre vida religiosa e vida secular, estas se confundiam,
não existia vida alternativa fora da igreja. Aqui vale lembrar que
até poderia alguém viver, ou pelo menos tentar, fora da igreja, mas
isso significaria ser um herege e isto, por conseguinte, levaria à
morte. Religião era o ar que se respirava; nasciam, viviam e morriam
na religião. Portanto o dia-a-dia era todo revestido de significado
religioso.
Mas a igreja foi entrando em
decadência, a mesma igreja que havia representado o Cristianismo na
Europa Ocidental, agora estava se arruinando vergonhosamente. Dois
fatores poderiam ser citados: excesso de autoridade e acúmulo de
bens materiais, como lembra Nichols: “O egoísmo dominava a vida da
maioria do clero. Os clérigos extremavam-se no zelo e na guarda dos
seus privilégios legais e sociais. Eles fizeram do dinheiro o seu
grande objetivo”.
Bom, já que toda a vida era
perpassada pela religião, esse cenário supracidado, irá contribuir
para que sejam abaladas as estruturas político-religiosas da igreja
romana, essa decadência da igreja de Roma vai contribuir
primariamente para causar a Reforma, sacudirá o jugo da igreja e a
sua organização. Era uma igreja pisada, como toda igreja que perde
sua utilidade, pelos homens e lançada para fora da vida das
pessoas.
Breve
Cenário Politico
O cenário político era de
mudanças, pois o conceito medieval de um estado universal estava
dando lugar a um novo conceito. Os estados a partir da Idade Média
começaram a se organizar em bases nacionais, por isso o novo
conceito a que se estava dando lugar era o de nação-estado. Como
bem lembra Cairns: “Essas nações estado, com poder central e com
governos fortes, servidos por uma força militar e civil, eram
nacionalistas, opondo-se ao domínio de um governo religioso
universal”.
O ideal universal colidia com
a consciência nacional emergente das classes desses novos estados.
2.1
O Espírito Nacionalista
Nesse cenário político, o
patriotismo dos povos começou a se manifestar, mostrando-se
inconformado com a autoridade estrangeira sobre suas próprias
igrejas nacionais; resistem às nomeações de bispos, abades e
dignitários da Igreja, feitas por um papa que vivia num país
distante.
Hurbult lembra que “o povo
não se conformava com a contribuição do ‘óbolo de São Pedro’,
para sustentar o papa e a construção de majestosos templos em
Roma”.
Havia uma intenção de colocar o clero sob o poder das mesmas leis e
dos tribunais que serviam para os leigos. Ainda segundo Hurbult,
“esse espírito nacionalista era o sustentáculo do movimento da
Reforma”.
O governo nacional e sua administração civil se opunham a
hierarquia religiosa internacional da Igreja Romana.
A
Renascença
Nessa época, houve uma
movimento notável que despertou a Europa para um interesse renovado
pela literatura, pelas artes e pela ciência, chamado de Renascença.
Com a Renascença, houve uma transformação dos métodos e
propósitos medievais em objetivos e métodos de pensamento. Esse
novo interesse pela literatura clássica, pela língua grega, pelo
latim e pelas artes, agora eram inteiramente separados da religião.
Seu começo é especialmente
na Itália, não foi uma movimento religioso, mas literário; não
apresentou uma postura abertamente anti-religiosa, mas cética e
investigadora. Em alguns países
havia um sentimento religioso o qual despertou o povo para um
interesse renovado pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica,
o que levou o povo a investigar os verdadeiros fundamentos da fé,
sem a tutela de Roma, ou seja, independente dos dogmas de Roma. A
disseminação da língua grega contribuiu para que homens lessem o
Novo Testamento no original. A Reforma vai mais tarde confirmar o
livre acesso às Escrituras sem ditos estáticos e prisioneiros de
Roma, “por toda parte, de norte a sul, a Renascença solapava
igreja católica romana”.
Uma figura importante nesse
movimento foi Erasmo de Roterdã, ele, para Wachholz “pode ser
considerado o profeta dessa revolução”.
Ele se dedicou ao estudo dos manuscritos da Antiguidade
recém-descobertos na Itália, nisso está sua contribuição
especial. Ele preocupou-se com um estilo puro, a preocupação exata
das palavras, se aliou a imprensa para publicar os livros da
Antiguidade, e isso o deixou muito conhecido. Erasmo tinha um desejo,
o de que a igreja fosse reformada de seus abusos e adotasse um
política ousada e renovadora em conformidade com o Humanismo.
Em 1516, Erasmo produziu uma
edição do texto grego do Novo Testamento que causou enorme
rebuliço.
Humanismo
O termo humanismo ele é
ambíguo, significa colocar a criatura humana no centro do universo.
O humanistas, por um lado, dedicavam-se aos estudos das letras
clássicas, por outro, veneravam a capacidade da criatura capaz de
produzir essas obras de arte, talvez por essa razão seja difícil
separar Renascimento e Humanismo.
Na Idade Média a ideia de
renúncia era muito apreciada, porém com ascendência do Humanismo,
não havia nenhuma simpatia por essa ideia, pois nela, o ser humano
não é subproduto, mas o próprio centro da história.
McGrath lembra que “os
humanistas eram principalmente estudiosos – homens de letras que
insistiam em que esse retorno sistemático à Bíblia devia ser feito
com base no melhor estudo acadêmico possível”.
Com esse cenário, o verdadeiro conteúdo da Bíblia deveria ser
estabelecido por meio de métodos textuais mais confiáveis, e mais,
a Bíblia devia ser lida nas línguas originais, assim a autoridade
de Vulgata
ficou sob ameaça.
A exigência humanista de
retorno à Bíblia mostrou ser um chamado contundente, muito radical,
mais até do que o clero podia digerir.
Causas
da Reforma Protestante
O que vimos supra, ainda que
sucintamente, foram pontos influenciadores para a Reforma
Protestante. Os pontos citados não esgotam, nem de perto, o que
perpassou no contexto influenciador da Reforma, mas lança luz para
que compreendamos de forma objetiva o pano de fundo em que contexto
surgiu o movimento, e as causas que o trouxeram à tona.
Vejamos as causas da Reforma
Protestante:
5.1
Fator político:
Pode até ser considerado uma
causa indireta, mas não menos importante para o vir à tona da
Reforma. O ideal universal conflitava com a consciência nacional que
surgia das classes dos novos estados, pois “as novas nações-estado
centralizadas no noroeste da Europa se opunham à noção de uma
igreja universal que reivindicava jurisdição sobre a nação-estado
e seu poderoso governante”.
Com o fortalecimento das
monarquias nacionais, os reis passaram a encarar a Igreja, que tinha
sede em Roma e utilizava o latim, como entidade estrangeira que
interferia em seus países. A Igreja, por seu lado, insistia em se
apresentar como instituição universal que unia o mundo cristão.
A noção de universalidade
perdia força com o sentimento nacionalista. Cada Estado, com sua
língua, seu povo e suas tradições, estava mais interessado em
afirmar suas diferenças em relação a outros Estados do que suas
semelhanças. A Reforma Protestante correspondeu a esses interesses
nacionalistas.
A Bíblia passou a ser
divulgada na língua nacional dos respectivos países, o latim perdeu
o seu lugar, esse que era o idioma oficial da Igreja. Agora com a
Bíblia traduzida em língua nacional, seria possível observar o
contraste abismal entre a Igreja do Novo Testamento e a igreja de
Roma.
5.2
Fator intelectual-moral:
Esse fator é devido a postura
crítica que os homens adotaram, homens de mentes lúcidas e
secularizadas, diante da vida religiosa dos seus dias como era
proposto pela Igreja Católica Romana.
Como bem lembra Cairns: “ao
aumentar numericamente, a classe média tornou-se individualista e
começou a se revoltar contra o conceito da sociedade medieval, que
colocava o indivíduo debaixo de autoridade”.
Vale lembrar que essa
liberdade a qual agora vinha à tona também tinha fundamento no
princípio da liberdade proposto pelas Escrituras. Então, as pessoas
começaram colocar em xeque a validade das pretensões da Igreja de
Roma e de seus líderes. As pessoas estavam agora mais interessados
na vida secular do que pela religiosa.
OS estudiosos humanistas que
possuíam o Novo Testamento em grego, perceberam logo as
discrepâncias entre a Igreja da qual liam no Novo Testamento e a
Igreja Católica Romana. A leitura do Novo Testamento levou os
estudiosos a perceber grande corrupção que atingira todos os
escalões da hierarquia da Igreja Romana, os clérigos compravam e
vendiam cargos livremente. Muitos recebiam salários sem prestar
qualquer assistência religiosa que deviam.
Era claramente percebido que a
justiça era comprada e vendida nas cortes eclesiásticas, por
exemplo: “era possível a alguém conseguir, mediante dinheiro, uma
dispensa para se casar com parente, embora fosse proibido pela lei
canônica”.
Sem falar que muitos sacerdotes viviam em pecado aberto, ou mantinham
relações de prostituições, alguns dos sacerdotes tinham várias
concubinas.
Vejamos o que Cairns fala
sobre essa corrupção:
Os fiéis das dioceses eram
abandonados pelos bispos que geralmente negligenciavam a supervisão
de seus sacerdotes para verificar se realmente cuidavam do rebanho.
Por isso, muitos párocos
descuidaram-se da pregação e da visitação, limitando-se apenas a
rezar missa, por eles proclamada com um rito mágico capas de
comunicar a graça a todos.
5.3
Fatores socioeconômicos:
A Igreja romana, durante o
período medieval, condenava o lucro excessivo (a usura) e defendia o
preço justo. Essa moral econômica entrava em choque com a ganância
da burguesia. Grande número de comerciantes não se sentia à
vontade para extrair o lucro máximo. Viviam ameaçados com o
inferno.
Os interessados nos lucros do
comércio sentiram a necessidade de uma nova ética religiosa, mais
adequada à época de expansão comercial e de transição do
feudalismo para o capitalismo. A nova economia do dinheiro libertou
os homens da dependência do solo como principal meio de vida.
A insatisfação social e a
urgência de uma mudança foi um fator social fundamental na irrupção
da Reforma.
5.4
Fatores religiosos
Aqui chegamos em um fator
preponderante, o fator religioso, nenhum fator que tenha motivado a
Reforma deve ser ignorado ou diminuído a sua importância. Mas o
fator religioso nesse contexto tem proeminência.
Vejamos alguns fatores do
contexto religioso:
5.4.1
Corrupção do Clero
O comércio religioso surgia,
ou melhor das relíquias sagradas,
e era utilizado para ludibriar as pessoas de boa fé para se obtenção
imoral de dinheiro.
Alguns historiadores cristãos enfatizam que a igreja fracassou em
satisfazer as necessidades do povo, e isso se constituiu em um fator
teológico e filosófico da Reforma.
A essas alturas, com a
degradação do clero, já eram considerados como falsos
representantes de Deus. Nichols cita o secretário do papa, este era
Benedito XIII, que disse o seguinte a respeito dos clérigos:
“Raramente se encontra um, em mil, que faça honestamente o que o
cargo exige”.
Era muito comum dizer que a embriaguez, a glutonaria e as mais vis
impurezas sexuais eram assustadoramente comuns no meio do clero. “A
literatura da época é cheia de ataques a todos os vícios do
clero”.
É bom lembrar que aquilo que,
por certo tempo, tinha sido a grandeza dessa igreja tornou-se motivo
de fraqueza, ou seja, a tremenda autoridade sacerdotal. Os
privilégios e poderes sobre os homens, o quais eram exercidos pelo
clero, em especial pelo alto clero, prejudicariam o seu caráter e a
vida espiritual desse clero. Na mesma proporção foi prejudicial, de
forma imponente, a riqueza material que a igreja possuía, a qual era
usufruída pelo seu clero, e principalmente pelos indivíduos da alta
hierarquia ás custas do povo.
Além desse comércio
fraudulento, a Igreja passou a vender, também, indulgencias, isto é,
o perdão dos pecados. Mediante um bom pagamento, destinado a
financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a salvação e
a entrada para o céu.
As indulgências talvez é que
melhor representava o estado generalizado de corrupção da igreja.
Essa venda de indulgências “foi considerada uma forma de
exploração do povo alemão por parte de uma força internacional
(Roma)”.
Tetzel
havia se tornado um reflexo do estado miserável e desprezível em
que se encontrava a igreja. As pessoas mais informadas estavam
indignadas, indignação provocada por causa da venda de
indulgências.
5.4.2.2
Degradação da religião
A igreja papal estava com um
ensino adulterado de Cristianismo. Houve uma substituição do
Evangelho por uma religião de ritos sacramentais, o que dava
impressão de uma salvação mágica, superstições tiveram lugar de
destaque na igreja de Roma.
É pertinente citar algumas
palavras esclarecedores de Nichols:
Esse igreja permitiu que o
evangelho fosse substituído por uma religião de ritos sacramentais
que outorgavam uma salvação mágica: eram feitas orações ao
espírito bondoso da Virgem e dos santos; fora infundido um medo
injustificado dos maus espíritos; havia as relíquias milagrosas, as
vestimentas aparatosas; maldições e absolvições eram proferidas
pelos sacerdotes.
Nesse período houve protesto
contra tudo isso.
No século 11 surgiram
dissidentes que desejavam uma reforma na igreja, suas pregações
eram de homens espirituais que queriam proporcionar à igreja coisa
melhor do que encontravam lá. Esses dissidentes se esforçaram em
protesto contra a igreja de Roma, mas ela nada aprendeu, a Idade
Média estava perto do fim, e não se via nenhum esforço por parte
de Roma no sentido de purificar seu culto.
A corrupção que se
generalizou tirou qualquer esperança, mínima que fosse, ou até
mesmo irrisória, de ver qualquer reforma surgir dentro da própria
organização. Diante de tal corrupção, era praticamente impossível
que a reforma fosse iniciada pela própria organização. Havia uma
força do mal, uma força do mal dentro dela, e ela mesma não podia
destruir essa força, mesmo com toda indignação e do protesto da
opinião pública.
Diante desse cenário, a causa
teológica da Reforma foi o desejo dos reformadores de voltar à
fonte clássica da fé cristã, a Bíblia, a fim de refutar o ensino
da teologia romana, que por sua vez ensinava que a salvação era
obtida através de sacramentos da graça ministrados pela hierarquia.
5.4.2.3
Desprezar o povo
Com toda esse corrupção e
degradação, a igreja medieval é levada a abandonar o povo sob sua
responsabilidade, o povo foi abandonado como consequência do
abandono de deveres por parte da igreja. Os bispos já não
inspecionavam as igrejas sob os cuidados deles.
Sabemos que a missa era um
ritual latino, latim culto que não era entendido pelo povo e, por
mais hilário que possa parecer, nem mesmo pelos próprios padres. O
povo ficava sem entendimento, prestavam uma veneração irracional,
pois não compreendiam o que dizia a Bíblia lida em latim pelos
párocos. Estes se davam por satisfeitos pelo que prescrevia o
escravizador ritual latino e, assim, o povo não estava sendo
pastoreado.
O povo agora só era útil
para o estômago do clero, e havia pleno interesse que o povo ficasse
na ignorância
para fins de controle. O povo devia, pregavam eles, o clero, obedecer
os representantes máximos de Deus na terra, o que eles falavam era o
mesmo que Deus estar falando.
Portanto, a submissão deveria ser irrestrita. Isso só mudou após a
leitura da Bíblia, como base nos princípios bíblicos da
individualidade do sacerdócio, os fundamentos da igreja de Roma
desmoronou, quando todos passaram a ter acesso às Escrituras,
perceberam quão blasfema era a ideia de que apenas o clero era
representante de Deus. E, na verdade, pelo seu caráter, nem eles
eram verdadeiros representantes de Deus. O que eles representavam bem
era a ganância e a sordidez humana quando se corrompe o Evangelho e
a religião cristã fundada em princípios divinos da Bíblia.
Foi uma época caracterizada
por um profundo desprezo, e descaso, da igreja em relação ao povo.
A igreja possuía um clero negligente e egoísta, houve grande falha
em atender as necessidades espirituais do povo. É válido lembrar,
até para nosso alerta hoje, que essa falha se tornou descarada
quando “as cidades da Europa cresceram muito rapidamente no século
12, como muitas das cidades atuais das Américas”.
O alerta fica por conta de que
com esse crescimento, não houve o cuidado, ou interesse, de
organizar novas igrejas e de preparar sacerdotes para as cidades. Na
medida que a igreja cresce, a liderança deve sempre ter o cuidado na
organização e, melhor ainda, na preparação de obreiros capazes e
responsáveis para cuidar do rebanho de Deus.
Muitas pessoas pobres viviam
sem assistência cristã tanto em relação ao corpo quanto à alma
(hoje infelizmente ainda vemos isso em muitos lugares e em muitas
igrejas). É até natural que um clero sem caráter e exemplo, a
consequência fosse um povo abandonado em todos os sentidos. Ainda
mais com o tipo de religião que ministravam à Igreja, a um povo que
era necessitado do evangelho ela oferecia um grande sistema de
superstição, o sacerdócio que administrava isso é um sacerdócio
mundano e corrupto.
Por tudo isso “essa igreja
já não tinha remédio além desse, ao fim da Idade Média, para a
ignorância e a maldade, para a miséria física e espiritual que
enchiam a vida da Europa.
O que restava mesmo era
eclodir a Reforma, “especialmente na insistência desta sobre o
direito do indivíduo em ir diretamente a Deus através de Cristo,
conforme ensinado nas Escrituras”,
esse seria o papel de Lutero, pois havia encarnado o espírito da
Reforma.
Considerações
finais
A Reforma Protestante é rica
em impacto mundial, sua influência no mundo e na História é
incalculável. Ao estudarmos a Reforma podemos olhar sob vários
ângulos, mas nunca devemos perder de vista que ela foi
proeminentemente religiosa, contudo, abrange a economia, a política,
o intelecto e o social. Nossas raízes estão lá, aprender o
contexto da Reforma é aprendermos lições importantes para que uma
igreja cuide do seu caráter cristão, respeitar a o povo como
rebanho de Deus, e seguir a verdadeira religião ensinada por Cristo
sem mistura, pregando salvação unicamente pela Fé.
Soli Deo
Gloria
7 de
Março de 2016
BIBLIOGRAFIA
Cairns,
Earle E. O
Cristianismo Através dos Séculos: uma história da igreja cristã.
São Paulo: Vida Nova, 2008
Gonzalez,
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História do pensamento cristão: da reforma protestante ao século
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Vol 1. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
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História Ilustrada
do Cristianismo, a era dos reformadores.
Vol 2. São Paulo: Vida Nova, 2ª ed. rev. 2011.
Hurlbut,
Jesse Lyman. História
da Igreja Cristã.
São Paulo: Editora Vida, 2007
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Wachholz,
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São Leopoldo: Sinodal 2010